
A escuta ativa vai além de ouvir palavras. É um processo consciente, baseado em atenção plena, compreensão e conexão com quem fala. Quando praticada de forma consistente, fortalece vínculos, reduz conflitos e favorece um ambiente mais colaborativo no trabalho.
Mais do que uma habilidade associada a “bons comunicadores”, a escuta ativa é um recurso que precisa ser cultivado por toda a organização, pois contribui diretamente para o bem-estar das pessoas e o cumprimento de normas de segurança.
Entre os novos requisitos da NR-01, por exemplo, destaca-se a ênfase em processos de comunicação claros e na abertura ao diálogo. Isso envolve não apenas transmitir informações, mas também ouvir os trabalhadores. Assim, a escuta passa a integrar a gestão de riscos e a construção de ambientes sustentados por um clima saudável.
A importância de abrir espaços para a escuta encontra, ainda, respaldo científico. A teoria do Psychosocial Safety Climate (PSC) demonstra que lugares onde a comunicação é aberta e há o cuidado com a saúde mental não apenas reduzem riscos, mas também potencializam as pessoas.
Você sabia que pesquisas apontam reduções expressivas em sintomas depressivos e em índices de burnout quando o clima psicossocial é fortalecido?
Do ponto de vista da neurociência, a escuta ativa também revela seus efeitos: ser ouvido com empatia aciona áreas do cérebro ligadas à recompensa e ao alívio emocional, ativando respostas que reduzem o estresse e ampliam a sensação de dignidade.
Escutar, portanto, é uma estratégia concreta de cuidado, engajamento e produtividade.
Afinal, quais são os elementos da Escuta Ativa?
- Atenção plena
Eliminar distrações e focar totalmente no interlocutor. Isso demonstra respeito e reduz falhas de entendimento. - Escuta sem julgamento
Suspender preconceitos ou respostas prontas, abrindo espaço para compreender antes de reagir. - Clareza na conversa
Utilizar paráfrases e sínteses (“entendi que você quis dizer…”) para validar a mensagem recebida. - Linguagem não verbal
Postura, contato visual e expressões faciais comunicam interesse e confiança, reforçando a mensagem. - Empatia
Reconhecer emoções e intenções por trás das palavras do outro ajudam a criar um espaço seguro para a troca.
Por que isso é importante?
- Colaboradores se sentem respeitados e valorizados quando suas observações são ouvidas e consideradas, aumentando o engajamento em práticas seguras.
- A comunicação assertiva reduz retrabalho, atritos entre áreas e até falhas de execução.
- A escuta ativa cria um ambiente de segurança psicológica, no qual as pessoas se sentem confortáveis para relatar incidentes, propor melhorias e aprender rapidamente com erros.
Dicas para colocar em prática
1) Crie espaços de escuta: inclua na pauta de reuniões e comitês um momento fixo para que trabalhadores apresentem dúvidas, percepções e sugestões.
2) Fomente a cultura do diálogo aberto: realize treinamentos, campanhas e dinâmicas que incentivam a participação, o surgimento de perguntas, derrubando barreiras hierárquicas que dificultam a conexão entre as pessoas.
3) Transforme escuta em ação: comunique de forma clara as medidas adotadas a partir das contribuições recebidas, mostrando que cada sugestão gera encaminhamentos concretos.
4) Valorize contribuições coletivas: reconheça publicamente boas práticas, ideias e iniciativas dos trabalhadores, reforçando que a escuta ativa faz parte da cultura da empresa.
5) Aplique a mediação de conflitos: conte com alguém preparado para atuar como mediador — uma pessoa com olhar neutro, capaz de acolher as diferentes partes envolvidas. Mediar significa facilitar as conversas e transformar tensões em aprendizados e buscar soluções.
Precisa de apoio para desenvolver um programa que realmente faça sentido para as pessoas?
Integramos a prática da escuta ativa em programas de desenvolvimento, treinamentos e workshops que ajudam empresas no cumprimento da NR-01 e, principalmente, na construção de um ambiente mais seguro e humanizado:
- Workshops práticos: dinâmicas com Lego Serious Play, simulações e role plays para treinar atenção, feedback e técnicas de negociação.
- Integração com segurança do trabalho: aplicação de comunicação assertiva e comunicação não violenta.
- Programas personalizados: mapeamento de estilos de comunicação da equipe e estratégias sob medida para ampliar engajamento, senso de pertencimento e integração de times.
Entre em contato e saiba mais!